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Ser médica sempre foi um sonho de infância. Já a pediatria ela me escolheu, lembro exatamente do dia em que decidi que seria pediatra e devo essa escolha a um paciente especial que atendi no meu segundo ano de medicina e que me mostrou que a sinceridade e o sorriso de uma criança é o que fazia e faz sentido para minha escolha profissional.
A hematologia pediátrica foi uma paixão, aquela especialidade em que os olhos brilham pelo raciocínio clínico necessário, e que me fez ter certeza de que a doença reflete todo o contexto de vida da criança, como a família, o ambiente em que vive e o desenvolvimento neuropsicológico.
E então no intuito de proporcionar uma assistência ainda mais completa aos meus pacientes eu me especializei em transplante de medula óssea em crianças e adolescentes. E foi o transplante minha maior escola, pois com os pacientes transplantados eu aprendo diariamente que a vida deve ser vivida um dia de cada vez.
Toda a minha trajetória profissional e pessoal (hoje sou mãe da Ana, com quem aprendo diariamente) me trouxe até aqui e me permite ter segurança em poder atender seu(sua) filho(a) e acolher toda sua família da melhor forma possível. Afinal, o melhor tratamento para as doenças hematológicas é um acompanhamento com afeto, acolhimento e verdade, associado a evidências científicas.
Define-se como a redução da hemoglobina (glóbulos vermelhos) e é o motivo mais frequente de consulta com hematologista pediatra. As causas podem ser bastante variáveis, desde adquiridas (deficiência de ferro ou vitamina B12, por exemplo) a congénitas (esferocitose, Anemia de Blackfan-Diamond, etc).
Definidas como um grupo de doença em que há alteração na formação da hemoglobina, como no caso da anemia falciforme em que a mesma tem um formato de foice. As hemoglobinopatias aumentam o risco de desenvolvimento de hemólise e com isso complicações em todos os órgãos do corpo. Dessa forma o paciente necessita de acompanhamento regular na tentativa de evitar lesões permanentes em órgãos importantes como coração, rins, visão, etc.
A G6PD (glicose 6 fosfato desidrogenase) é uma enzima produzida pelo fígado e que pode ter sua produção deficiente quando a pessoa nasce com a mutação genética no cromossomo X. Essa deficiência aumenta a chance do desenvolvimento de hemólise (destruição das hemácias) quando exposto a determinados medicamentos, processos infecciosos.
Os leucócitos são células que fazem parte da defesa do nosso corpo, e os mesmos são separados por tipos diferentes de células, como linfócitos e neutrófilos. Essas células têm funções específicas no organismo, como por exemplo participação no combate a infecções virais (linfócitos) ou bacterianas (neutrófilos). A redução ou aumento dos leucócitos podem indicar alguns diagnósticos, como leucemia. Existe também uma patologia específica que é a neutropenia, a qual pode ter causas variadas como congênita ou imune.
A plaqueta é um dos componentes do sangue e tem algumas funções como evitar sangramentos, cicatrização de feridas. Em determinadas situações a plaqueta pode estar reduzida ou aumentada em número ou com a função prejudicada, o que define algumas doenças como trombocitopenia imune (PTI) ou trombócitos e (que aumenta risco de trombose),respectivamente.
Uma coagulopatia hereditária em que há uma falta de produção nos fatores VIII (hemofilia A) e IX (hemofilia B). A principal característica é o risco de sangramento em qualquer parte do corpo, mas principalmente articular. O tratamento é a reposição do fator de forma preventiva.
Conhecido como tumor benigno formado pelo acúmulo anormal de vasos sanguíneos, o qual faz o aspecto de lesão avermelhada ou arroxeada em alto relevo em qualquer parte do corpo.
O hematologista pediátrico acompanha desde sangramentos sem causa aparente, como por exemplo manchas arroxeadas no corpo que aparecem e desaparecem. Assim como quando há o diagnóstico de trombose e necessita de uso de medicação para que evite novos episódios, que são os anticoagulantes.
Não! A deficiência de G6PD é classificado como uma enzimopatia, ou seja, uma alteração genética que interfere na produção da enzima G6PD.
Depende! O traço falciforme não causa manifestação clínica, mas é importante entender a parte genética para saber as chances de ter filhos com a doença.
O ideal é fazer com 1 ano de idade para que seja possível ter um exame de sangue, no caso o hemograma, para avaliar presença de anemia, alteração nos leucócitos ou plaquetas.
Existem muitos tipos de anemia, mas a anemia por deficiência de ferro é a mais comum e deve-se a uma alimentação com baixo teor de ferro ou ingestão de alimentos que atrapalham a absorção do ferro.
A anemia falciforme é uma doença genética que causa muitas complicações a longo prazo e o melhor tratamento é a prevenção, então o ideal é acompanhar com especialista a cada 3-4 meses na tentativa de se antecipar a essas possíveis complicações.
O hematologista pode fazer uma especialização em transplante e tornar-se transplantador, ou seja, o médico transplantador acompanha o paciente desde o momento em que a doença tem indicação de TMO até à realização do mesmo e depois por muitos anos.
O TMO não só é feito como tratamento curativo para tipos específicos de leucemias, mas também para algumas doenças não malignas como anemia falciforme, doenças genéticas como Anemia de Fanconi, síndrome de Wiskott aldrich, etc. E pode ser realizado em imunodeficiências como SCID (imunodeficiência combinada grave) e até algumas doenças de acometimento neurológico como adrenoleucodistrofia.
©2022 - Dra. Fernanda Lima Lelis - Hematologista Pediatra | CRM: 24762-BA - RQE Nº: 12675 - RQE Nº: 15394
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